Na pesquisa “2021 Global Medical Trends”, além de examinar as tendências de custos médicos de 287 seguradoras em 27 países, verificamos também as práticas relacionadas à implementação da telemedicina no mundo. Conheça agora um resumo das informações obtidas.
Definimos telemedicina como consultas realizadas por médicos ou psicólogos por meio de plataformas tecnológicas que permitem a visualização do paciente, a coleta e o registro de dados, mantendo todos os pré-requisitos de confidencialidade das informações. A telemedicina pode ser utilizada em várias situações:
- Informação sobre atendimento de emergência, orientação para atendimento médico ou serviços de saúde comportamental
- Diagnóstico de problemas de saúde não-emergenciais que vão desde condições agudas a crônicas complexas
- Atendimento pediátrico não-emergencial
- Prescrição de medicamentos para problemas comuns de saúde, quando apropriado e clinicamente necessário
- Tratamento de quadros clínicos como febre, erupção cutânea, dor e outros
- Orientação sobre preparativos para uma consulta médica futura, acompanhamento de doentes crônicos e atenção primária à saúde
A pandemia direcionou os holofotes para a telemedicina e agora ela está aqui para ficar em muitos países. Durante a crise da COVID-19, a telemedicina permitiu que os funcionários tivessem acesso a uma gama de serviços sem a necessidade de se deslocar até uma unidade de saúde. Além disso, essa modalidade pode ser usada como ferramenta para triagem e encaminhamento ao atendimento médico apropriado, facilitando o acesso e diminuindo o tempo de espera e o risco para alguns pacientes.
Prevalência
Globalmente, 50% das seguradoras oferecem o atendimento por telemedicina em todos os planos. A Europa é a região onde a telemedicina é mais comum, sendo oferecida por quase 60% das seguradoras. Em seguida, temos o Oriente Médio e a África (49%), a América Latina (46%) e a Ásia Pacífico (31% em todos os planos; 36% em planos seletivos).
- No primeiro, vemos a Europa a frente com 59% de prevalência em todo portfólio.
- No segundo, a Ásia Pacífico se destaca com 36% de oferta nos planos seletivos
- No terceiro, 29% das seguradoras no Oriente Médio e África pretendem incluir o serviço este ano
- Por último, mostra o percentual das regiões que não pretendem incluir o serviço este ano, sendo a América Latina com 30%
Serviços cobertos pela telemedicina
O atendimento médico primário por clínico geral/médico generalista (General Practioner – GP) é oferecido por 90% das seguradoras globalmente. Outros serviços cobertos são a prescrição de medicamentos, consulta com médico especialista e atendimentos relacionados à saúde mental.
A prescrição de medicamentos é coberta pela grande maioria (90%) das seguradoras, o que indica que este serviço está legalmente disponível via telemedicina em todas as regiões. Já no caso do atendimento por médico especialista e de saúde mental, identificamos algumas diferenças. Apenas dois terços das seguradoras na Ásia Pacífico reportaram que estes tipos de atendimento podem ser oferecidos legalmente nesta geografia. Nas demais regiões, 85% a 90% das seguradoras indicaram a disponibilização desses mesmos serviços via telemedicina.
Aumento da utilização da telemedicina
Perspectiva global
Mais da metade das seguradoras (54%) relatou que, antes da COVID-19, menos de 10% dos segurados usavam telemedicina para atendimento médico primário por generalista e 31% informaram que nenhum segurado usou a telemedicina para este tipo de serviço. Hoje, vemos uma realidade bem diferente, com destaque para a significativa queda no percentual de seguradoras que reportaram a não utilização da telemedicina para atendimento médico primário: apenas 4%.
Até o final de 2021, 38% das seguradoras esperam que menos de 10% de seus segurados utilizem a telemedicina para consultas primárias com médico generalista e apenas 18% acreditam que entre 20% e 29% farão o mesmo.
Perspectiva regional
Oriente Médio e África. Tem havido um aumento constante no uso da telemedicina para atendimento primário por médico generalista. A maioria das seguradoras (69%) relatou que antes da COVID-19 nenhum dos segurados dos planos de saúde nessa região estava usando telemedicina para consulta com médico generalista – um número que cai para 9% hoje. Mais da metade das seguradoras (53%) reporta que atualmente menos de 10% dos segurados buscam atendimento médico primário via telemedicina e 32% das seguradoras informam que entre 10% e 19% já estão fazendo isso. Até o final de 2021, 29% das seguradoras esperam que 20% a 29% dos segurados de seus planos estejam utilizando essa modalidade de atendimento.
Ásia Pacífico. Mais da metade das seguradoras (56%) reportou que pré-COVID-19 nenhum de seus segurados usava a telemedicina para consulta com médico generalista. Hoje, pós-pandemia, esse número caiu para 4%. Entre as seguradoras participantes da pesquisa, 63% dizem que, atualmente, menos de 10% estão utilizando o atendimento médico primário via telemedicina e 21% das seguradoras indicam que entre 10% e 19% estão fazendo isso. Até o final de 2021, um quarto das seguradoras espera que 20% a 29% dos segurados utilizem a telemedicina para este tipo de atendimento.
América Latina. Mais de dois terços das seguradoras (68%) indicaram que menos de 10% dos segurados usavam a telemedicina para atendimento médico primário antes da COVID-19. Metade das seguradoras informou que, atualmente, 10% a 19% dos segurados realizam consultas com médico generalista (GP) via telemedicina. Até o final de 2021, 22% das seguradoras esperam que 20% a 29% dos segurados usem a telemedicina para estas consultas e 10% das seguradoras esperam que 75% ou mais utilizem o serviço.
Antes da COVID-19
- No primeiro, 69% do Oriente Médio e África não estava oferecendo o serviço
- No segundo, 68% da América Latina começou a oferecer para apenas 10% da população
- No terceiro, vemos 8% da Europa avançando no serviço
- Por último, 11% do mesmo continente ampliando o serviço para até 29% da população
Atualmente
- No primeiro, apenas 9% ainda não utilizam na região do Oriente Médio e África
- No segundo, 63% estão utilizando na região Ásia Pacífico
- No terceiro, 29% das seguradoras no Oriente Médio e África pretendem incluir o serviço este ano
- Por último, o destaque é para a Europa que tem o maior percentual entre os usuários 17%
Esperado até o final de 2021
- No primeiro, o percentual de quem não pretende é mínimo em todas as regiões, chegando a 2%
- No segundo, 59% do Oriente Médio e África acreditam que o serviço estará disponível para menos de 10% dos segurados
- No terceiro, 47% na América Latina pretende disponibilizar para até 19% da população
- Por último, 29% no Oriente Médio e África pretendem disponibilizar para até 29% dos segurados
Restrições
Embora a telemedicina, de alguma forma, esteja disponível há anos em muitas geografias, ainda não está totalmente legalizada em todos os países, mas a pandemia tem ajudado a acelerar sua implementação oficial. Por exemplo, no Brasil, onde seguradoras e hospitais já vinham desenvolvendo capacitação e se preparando há algum tempo, a telemedicina foi regulamentada provisoriamente em março de 2020, enquanto vigorar a pandemia. A África do Sul se apressou para avançar nesta direção este ano.
Mas mesmo com a adoção mais ampla da telemedicina, alguns países têm restrições em relação aos serviços que são legalmente autorizados a serem prestados de forma virtual. As restrições podem ser observadas nos serviços de atendimento médico primário por generalista, prescrição de medicamentos, consultas com médicos especialistas e serviços relacionados à saúde mental.
O serviço de prescrição de medicamentos é, geralmente, o mais sujeito a restrições. Alguns países não permitem qualquer prescrição de medicamentos de forma virtual, enquanto outros limitam a prescrição de certos medicamentos, como narcóticos. A lista de países com restrições para prescrição de medicamentos inclui Brasil, Holanda, Espanha, Suíça, Índia, Indonésia, Japão, Filipinas e Taiwan.
Com relação às restrições relacionadas ao atendimento primário por médico generalista (GP), alguns países podem limitar esses serviços a visitas de acompanhamento, como é o caso do Japão. Temos também alguns países que limitam as consultas com médico especialista a certas áreas de especialidade. E, finalmente, quando se trata de serviços de saúde mental, pode haver restrições às enfermidades que podem ser tratadas via telemedicina.
A legislação relacionada à telemedicina está em plena mutação no momento, por isso é importante manter-se atualizado sobre o que acontece ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, as empresas devem buscar maneiras de garantir que a telemedicina seja incorporada aos programas de saúde existentes e que não se ofereçam serviços duplicados.
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Relatório da pesquisa “2021 Global Medical Trends" – Tendências de Custos Médicos | 4.3 MB |